Sons de Silício explora as fronteiras entre música, artes visuais e ciências da computação no Centro Maria Antonia da USP
O Centro Universitário Maria Antonia da USP recebe, a partir de 13 de setembro, a exposição Sons de Silício, explorando o campo da arte sonora como conceito integrador de práticas nas fronteiras entre música, artes visuais e ciências da computação e como catalisador de novos modos de experimentação sonora com a tecnologia.
A exposição surgiu a partir da colaboração do Grupo de Práticas Interativas do Núcleo de Pesquisas em Sonologia (GPI-NuSom) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, com o projeto de pesquisa InterSCity, para o desenvolvimento de pesquisas em sonificação de dados e interfaces sonoras.
Durante três meses, o Centro Maria Antonia será o lugar de encontro e reflexão sobre o som em uma perspectiva ampliada com conceitos de outros campos do conhecimento. “A exposição reflete as pesquisas do Grupo de Práticas Interativas onde são desenvolvidos projetos de luteria digital, instalações interativas, design sonoro e criações artísticas”, explica Cristiano Figueiró, membro do NuSOm. Com obras que buscam a interação entre arte sonora e ciência, muitos dos trabalhos estão estruturados a partir do processo de sonificação que consiste em transformar dados em sons. O projeto InterSCity contribuiu para a obra Buzu, uma imagem acústica dos dados gerados pelos sistemas de transporte da SPTrans.
Neste espaço o instrumento musical pode se tornar máquina, dispositivo, arranjo, escultura, sistema interativo, estrutura ressonante, meio para explorar a informação, extensão do corpo, circuito, escultura, canal e experimento. Durante a exposição serão realizadas performances e oficinas.
Sons de Silício é a 16ª edição da série ¿Música?, organizada pelo NuSom, desde 2005. Os eventos apresentam regularmente trabalhos musicais e de arte sonora que tomam como ponto de discussão e reflexão o experimentalismo, o uso crítico de tecnologias de produção sonora, a integração entre elementos visuais, gestuais e sonoros, o emprego de técnicas de improvisação e a exploração dos espaços de performance.
Confira a programação das performances e oficinas da exposição:
13 de setembro (sexta-feira) a partir das 18h30
- Orquestra Errante
Ligada ao Núcleo de Pesquisa em Sonologia da USP, fará uma apresentação ao público;
- Transduções #7 – Alessandra Bochio e Felipe Merker Castellani
Performance que se configura enquanto contínuo processo de investigação audiovisual. A condutividade elétrica de meios como a água, os campos eletromagnéticos gerados por câmeras obsoletas e os ruídos de funcionamento de alto-falantes emitindo frequências inaudíveis, tornam-se subsídio para a construção
de um percurso improvisatório realizado pelos artistas no momento da performance. Objetos cotidianos também são explorados enquanto fontes sonoras e visuais que passam por diferentes processos de tratamento digital e de distorção analógica em tempo-real.
- No ravens left for the funeral – André Damião
Performance de guitarra solo, tocada por atuadores eletromagnéticos e circuitos eletrônicos caseiros.
- Laikabot – Pocket show banda Laikabot
- Captador – Cristiano Figueiró
Performance com a instalação “Captador” da exposição.
- Sonhofonias – Pedro Paulo Santos
Performance
28 de setembro (sábado) das 15 às 18 horas
- Theremino – Oficina – Laikabot
Theremin de arduino. Nesta oficina os participantes terão a oportunidade de construir um theremin digital utilizando um arduino, desde a preparação do sintetizador sonoro até o desenvolvimento de interfaces entre instrumento e pessoa.
- HackLab GPI – Laboratório aberto – GPI/NuSom
Laboratório aberto de criação de pedais de processamento com raspberry pi
- SPIO Orquestra
Performance
18 de outubro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
- Veia – Inés Terra – Performance
Fluxos sanguíneos, caminhos sinuosos do corpo vocal.
- #afetos_ao_vento. – Marina Mapurunga
Performance audiovisual
- Batata Musik – Pedro Nonino – Performance/instalação
Plataforma de síntese interativa onde vegetais, sensores de luz e outros controladores são utilizados como partes de um sintetizador analógico, que então tem seu som coletado por um computador que processa o som e o projeta em forma de espectrograma em diversos objetos e espelhos.
- Neurorak – Gypsylab8
Performance
8 de novembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
- Duo Cóz – Performance – Miguel Antar e Fabio Manzione
O duo explora em suas performances uma zona de interferências entre a música popular e os procedimentos criativos da livre improvisação musical. O duo convida os espectadores a dialogarem com a performance de livre improvisação musical utilizando dispositivos eletrônicos como pedais de efeito e microfones, bem como a partir de propostas interativas criadas pelos músicos a serem elencadas aleatoriamente pelo público.
- Trio Maomã – Performance audiovisual
O trio formado pelos livre improvisadores Marina Mapurunga (violino, viola e voz), Ronalde Monezzi (saxofone) e Fabio Manzione (percussão) teve sua estreia em 2019 e busca em suas pesquisas explorar as relações entre som e imagem. O trio traz o jogo da livre improvisação musical entre instrumentos convencionais alterados, luteria experimental e gambiarras luminosas. Na performance, diversos tipos de projeções espalhadas pelo espaço servem de arcabouço poético e provocador performativo para as/os instrumentistas e situam o público em um ambiente de interação audiovisual.
- Popcorn Time – Fabio Martineli
22 de novembro (sexta-feira), das 18h30 às 21 horas
- M.e.M.e.M – Música Eletrônica Mitigante Experimental para a Mocidade – DeCo Nascimento e Vitor Kisil
Influenciados pelo trabalho desenvolvido em Soothing Sounds for Baby, os compositores e artistas sonoros DeCo Nascimento e Vitor Kisil apresentam a performance M.e.M.e.M – Música Eletrônica Mitigante Experimental para a Mocidade, uma peça dividida em três partes utilizando sintetizadores analógicos e digitais como matéria prima para a criação sonora experimental para ser vivenciada em família.
O objetivo dos artistas é explorar distintas sonoridades provenientes da investigação das relações entre sons, espaço e ferramentas tecnológicas, visando apresentar uma alternativa de experiência sonora e musical para crianças, público usualmente desconsiderado em apresentações de música eletrônica e experimental.
- Transformações sonoras no Antropoceno – Geert Vermeire e Ros Bandt
- “Uma teia sonora” (2019) – Sound Walk Sunday e Sons de Silicio II
Instalação de som e movimento multicanal, baseada em caminhadas simultâneas e remotas, traduzidas em um espaço de performance, sobrepondo novas camadas de sons e idéias aos territórios pelos quais os participantes se movimentam, permitindo a criação de uma realidade paralela de movimento humano constante e compartilhado. O trabalho convida a novas formas de cooperação em som e movimento, desdobrando passos que restauram a trilha sonora do diálogo entre os humanos em movimento e o solo.
- “Uma caminhada sonora” (2019)
Os materiais sonoros da instalação serão utilizados para uma caminhada sonora para dispositivos móveis (app) para um público maior, disponível até o final da exposição.
6 de dezembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
- Luteria Digital Experimental com a biblioteca ELSE para Pure Data – Alexandre Torres Porres
- Sample Flipping: criação musical transformando arquivos de áudio – Henrique Rocha de Souza Lima
Oficina prática dedicada a realizar gravações de áudio e processá-las para gerar materiais musicais que serão utilizados para iniciar uma peça musical. Sempre com a mão na massa, ao longo da interação com um sampler, o público participante é convidado a praticar uma escuta analítica em contexto de experimentação, organizar um material musical, e começar a desenvolver uma peça musical conforme suas orientações estéticas, sempre atento às configurações estruturais dos samples trabalhados.
- Emaranhado Corpossom – Francisco Lauridsen Ribeiro
Emaranhado corpossom é uma ação em duas partes: (1) uma ativação sonora do espaço arquitetônico expositivo do Centro Maria Antonia por parte do coletivo e (2) uma ação do expositor baseada na carta de 1947 de Antonin Artaud O homem árvore, valendo-se do mesmo campo de procedimentos, a saber: a movimentação livre pelo espaço, a vocalização de sensações, e a efetuação de um roteiro dramatúrgico-sonoro.
13 de dezembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
- Patch Shop Boy – Alexandre Torres Porres
- Sonhofonias – Pedro Paulo Santos – Performance
- Constante Elástica – Bella
A instalação constante elástica é um desdobramento da performance Arame de Chico Lima. A proposta é que ele execute a performance, que consiste num movimento que se desdobra no espaço a partir do contato/relação com o arame. As marcas produzidas no arame pelo seu movimento irão reger/fazer parte da instalação.
- Nylon bites – Mariana Carvalho
Performance interativa. Duos com pessoas (público) mordendo nylon. Uso de microfones binaurais conectados à mesa de som. Uma terceira pessoa pode escutar com fone direto da mesa e “mixar as cabeças”.
- Ensemble Anagrama
Pas de Cinq – Maurice Kagel
Cidades – Gilberto Mendes
Serviço
Exposição Sons de Silício – Abertura 13 de setembro a partir das 19h30 horas. Até 15 de dezembro
Oficinas e performances
13 de setembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
28 de setembro (sábado) das 15 às 18 horas
18 de outubro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
8 de novembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
22 de novembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
6 de dezembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
13 de dezembro (sexta-feira) das 18h30 às 21 horas
Onde | Centro Universitário Maria Antonia – Edifício Rui Barbosa
Rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque – São Paulo, SP (próximo às estações Higienópolis e Santa Cecília do metrô)
Quando | De 13 de setembro a 15 de dezembro de 2019
Visitação | terça a domingo, e feriados, das 10 às 18 horas
Classificação | Livre
Quanto | Grátis
Informações | (11) 3123-5202